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A MUSAMI – Operações Municipais do Ambiente EIM SA tem em curso um projeto de investigação científica que permitirá não só o licenciamento do seu fertilizante orgânico (FO-MUSAMI), como determinar o seu efeito regulador na evolução de nemátodos nos solos, com benefício para a hortofloricultura.

A certificação do fertilizante orgânico revela-se essencial para os produtores biológicos da ilha de São Miguel.

Os ensaios arrancaram ontem em estufas no Parque Industrial da Ribeira Grande, numa parceria com a Faculdade de Agronomia e com o Departamento de Fisiologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Neste momento, as experiências decorrem com plantios de alface, tomate e em breve avançarão com crisântemos. Parte das culturas são envasadas com terra e composto, só com terra, ou só com o composto, de forma a avaliar o seu comportamento ou produtividade mediante a presença ou ausência das suas propriedades naturais. Desta forma pretende-se igualmente comparar o FO – MUSAMI com Biofértil.

Em simultâneo, este projeto desenvolve uma pesquisa quanto ao efeito regulador dos nemátodos por via da utilização do FO-MUSAMI. Para tal, procedeu-se à contaminação do solo utilizado na cultura do tomate, que se desenvolve em quatro meses, para posterior avaliação dos efeitos.

O investigador que lidera os ensaios em curso, Professor Doutor Carlos Arruda, manifesta-se confiante em relação aos resultados. Experiências realizadas na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa com fertilizante espanhol especialmente vocacionado para o controlo de nemátodos e com o fertilizante orgânico da MUSAMI, têm demonstrado a sua capacidade enriquecedora dos solos tanto na agricultura como na floricultura.

Mesmo no que toca ao problema do nemátodo, tem obtido boa resposta da parte dos produtores agrícolas. Os resultados dos ensaios científicos permitirão porém comprovar efetivamente as suas propriedades naturais controladoras daquilo que é considerado uma praga para as culturas.

Os nemátodos são organismos vivos que se desenvolvem nos solos, contaminando ou destruindo as produções agrícolas, constituindo um problema muito comum sobretudo em climas húmidos.

O FO-MUSAMI é o composto orgânico que resulta da decomposição de resíduos verdes recebidos no Ecoparque da Ilha de São Miguel. Desta forma, foi possível desviar cerca de 25% da matéria orgânica outrora encaminhada para aterro sanitário, agora valorizada com ótimos resultados na agricultura e floricultura, pela sua capacidade de absorção e retenção de água.

A sua certificação é mais um passo na qualidade do FO-MUSAMI, e de interesse para os agricultores biológicos que para obterem a denominação como tal, devem utilizar produtos exclusivamente naturais ou orgânicos nas suas culturas.