Comunicado de imprensa
Autor: Rita Teves / 24 de Abril de 2017
A MUSAMI, EIM, SA tem a responsabilidade pelo tratamento de resíduos na Ilha de São Miguel. Esta responsabilidade tem sido prosseguida com sucesso assinalável em algumas áreas das quais se destacam a reciclagem de embalagens, onde já ultrapassou as metas nacionais de 47 quilos por habitante para 2020 ao atingir em 2016 um valor de 48,5 quilos por habitante.
Mas existem desafios colocados pelas normas ambientais ao sector dos resíduos que ainda carecem de um forte desenvolvimento.
A estratégia da Musami e dos Municípios da Ilha de São Miguel foi desenhada com um foco na recolha seletiva para a qual se pretende orientar grande parte da comunicação da empresa e dos municípios à população.
Assim foi concebido um processo de infraestruturas que pretende valorizar todos os resíduos valorizáveis pelas formas possíveis de acordo com as melhores tecnologias disponíveis para cada tipo de valorização.
Neste contexto foi construído um novo aterro e está em fase de início de construção de uma moderna fábrica de triagem com capacidade para responder aos volumes de recicláveis existentes na ilha com qualidade material controlada e numa perspetiva de produzir matéria-prima secundária de elevada qualidade.
Por outro lado, está prevista a preparação para a construção de uma unidade de tratamento orgânico por tecnologia de tuneis de metanização para tratamento de matéria orgânica de origem seletiva e indiferenciada de forma segmentada. O composto que a Musami já produz tem elevada valia agrícola e pretende-se que assim se mantenha.
Conforme foi decidido na Assembleia Geral de Dezembro por todos os municípios da Ilha de São Miguel foi agora adjudicada a fábrica de valorização energética para a fração residual dos resíduos não valorizáveis que contará com três unidades de pré-tratamento, a construir em empreitadas separadas.
Uma das unidades terá a função de preparar biomassa florestal residual para produção de energia. A segunda unidade preparará subprodutos animais de matadouro. A terceira unidade será um pré-tratamento mecânico que retirará a fração reciclável ainda existente nos resíduos indiferenciados e que será depois conduzida para tratamento nas unidades de triagem para afinação de qualidade e preparação para exportação e a fração biodegradável será conduzida para a unidade de tratamento biológico.
Todos os resíduos que serão encaminhados para valorização energética já após terem merecido um prévio tratamento que garante que a sua reciclabilidade foi reduzida à fração mínima.
Com este projeto pretende-se dar resposta a metas que serão exigidas em 2030 de acordo com o conhecimento atual do desenho das futuras diretivas sobre resíduos.
A fábrica de Valorização energética foi adjudicada ao consórcio STEINMULLER BABCOCK Environment/CME, que representa a única proposta que correspondeu aos requisitos e condições do caderno de encargos, tendo as outras duas sido excluídas, pelo valor de 64.699.836 euros e o prazo de execução é de 38 meses após obtenção das correspondentes licenças ambientais e visto do Tribunal de Contas. Esta fábrica de valorização energética produzirá energia elétrica e térmica.
O Ecoparque da Ilha de São Miguel fica com este complexo de infraestruturas que empregará 107 trabalhadores, preparado para dar resposta ao futuro e constitui um importante suporte ao desenvolvimento económico e ambiental da ilha.
A mensagem que queríamos deixar por fim é que a estratégia de gestão de resíduos da MUSAMI, e por todos os municípios da ilha de São Miguel, reconhecida e aprovada, assenta no reforço das recolhas seletivas, que continuarão a ser alvo de aperfeiçoamentos nos próximos anos, nomeadamente de resíduos orgânicos de cozinha que se iniciarão assim que esteja em funcionamento a infraestrutura que os irá receber e tratar.
Ribeira Grande, 24 de abril de 2017