63% faz a separação de resíduos em São Miguel

Autor: / 24 de Setembro de 2015

Inquérito à população da ilha de São Miguel aponta que 63% faz a separação dos resíduos em casa. Estudo indica também que 22,4% das pessoas estão muito satisfeitas com o sistema de recolha seletiva, enquanto 36% manifestam-se satisfeitas. Apenas 3,6% revelaram insatisfação para com a recolha seletiva.

Estas são algumas das conclusões da “Entrevista aos utentes do circuito da recolha de seletiva de resíduos de embalagem”, realizada durante o ano de 2014, nos seis concelhos da ilha de São Miguel junto de 13.920 pessoas contactadas no âmbito da sensibilização porta a porta em curso.

A partir da análise estatística efetuada pela Universidade dos Açores, este estudo permite detetar ainda as principais razões pelas quais as pessoas não separam, bem como os municípios mais abertos à separação de resíduos e o que as populações pensam acerca da distância do ecoponto de sua casa e o seu estado.

Entre os principais motivos para a não separação de resíduos encontram-se a falta de tempo, exigir muito esforço, não saber fazer a separação de resíduos, ou porque não possui sacos próprios para o efeito, por não se preocupar com questões ambientais ou ainda por não acreditar que os resíduos sejam reciclados, entre outros motivos.

Nos municípios com população do tipo mais urbano, como Lagoa e Ponta Delgada, a percentagem daqueles que afirmam separar é menor, por comparação a Nordeste e Povoação.

Mais de 70% dos que afirmam separar os resíduos, procedem à separação de todos os resíduos recicláveis, fora Ponta Delgada que se situa um pouco abaixo desse valor. Povoação é outra exceção, uma vez que o papel/cartão estão excluídos da recolha seletiva porta a porta.

Na Povoação os inquiridos recorrem apenas ao sistema de recolha seletiva porta a porta. Na Lagoa e Ribeira Grande prevalece o porta a porta, embora os respondentes que não usam esse processo afirmam na maioria que a distância do ecoponto é aceitável. Também em Vila Franca do Campo a maioria entende que os ecopontos se encontram a uma distância aceitável, o mesmo já não sucede em Ponta Delgada em que esta fasquia se situa nos 30%.

As respostas mais negativas em relação ao estado de enchimento dos ecopontos foram detetadas no concelho de Ponta Delgada, bem como na Lagoa. Opinião negativa igualmente para o estado de higiene dos ecopontos nos mesmos municípios.

Quanto aos resíduos verdes, predominam os inquiridos que não os produzem. No Nordeste cerca de 60% admite produzir resíduos verdes, enquanto na Povoação pontua-se nos 50%, sendo que a maioria opta por compostagem, enquanto na Lagoa a sua queima é a resposta mais frequente.

Já no que se refere ao contacto com campanhas de sensibilização vocacionadas para a reciclagem, o concelho que sobressai é a Ribeira Grande com mais de 90% de respostas positivas, reconhecendo a sua organização pela estrutura municipal. Os valores mais baixos correspondem aos municípios de Nordeste e Ponta Delgada.

Verificou-se ainda uma tendência estatística para um aumento da percentagem dos inquiridos que afirmam realizar a separação em função do aumento do grau académico. Com base nestes resultados, será possível às estruturas municipais desenharem estratégias intermunicipais integradas, dirigidas para a melhoria da recolha seletiva.

No seguimento deste estudo, os concelhos de Lagoa, Povoação, Ribeira Grande e Vila Franca do Campo passaram a proceder à recolha seletiva porta a porta de todos os resíduos recicláveis desde o dia 1 de junho, incluindo resíduos verdes mediante contacto telefónico para a câmara municipal.