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A MUSAMI inaugurou, no dia 4 de julho, o Centro de Tratamento Biológico de Resíduos da Ilha de São Miguel (CTB).

Na ocasião, o presidente do Conselho de Administração da MUSAMI, Dr. Ricardo Rodrigues, apontou que a instalação se insere no projeto do Ecoparque da Ilha de São Miguel e teve um custo de cerca de 7,6 milhões de euros, com cofinanciamento a 85 por cento do POSEUR.

Ricardo Rodrigues explicou que os resíduos orgânicos produzidos “nas cozinhas das nossas casas e pelos grandes produtores (restauração, hotelaria, etc) têm um peso substancial, perto de 30 por cento”, no total de resíduos produzidos na ilha de São Miguel, que tinham como destino final o aterro sanitário e passam a ser valorizados pelo Centro de Tratamento Biológico, gerando como produto final composto orgânico (cerca de 4,5 mil toneladas por ano)  e permitindo a recuperação do biogás, para produção de energia elétrica.

O presidente do Conselho de Administração da MUSAMI reiterou que esta instalação, traz também uma transformação no comportamento das famílias. Até agora, os resíduos provenientes das cozinhas da cada família acabavam na recolha indiferenciada. Nos próximos meses, decorre uma campanha de sensibilização, primeiro junto dos grandes produtores e depois junto da população micaelense, em geral, de modo a explicar o que as pessoas devem fazer, para uma correta separação dos resíduos sólidos alimentares, que serão depois recolhidos porta-a-porta.

“Sempre dissemos que vamos valorizar tudo o que é valorizável e só o resto, o que não é possível valorizar terá como destino a incineração”, observou, até porque, a breve prazo, deixará de ser permitido depositar em aterro.

Com as atuais instalações, “são produzidos cerca de 1500 MW/hora de energia. Com esta nova instalação, vamos duplicar a produção de energia limpa, que injetamos na rede”, assinalou, ainda, Ricardo Rodrigues.

Por sua vez, o Secretário Regional do Ambiente e Alterações Climáticas, Dr. Alonso Miguel, afirmou que o Centro de Tratamento Biológico “dará um contributo muito importante para a melhoria da gestão de resíduos na ilha e na Região, naquele que é um desafio muito exigente, (sobretudo num contexto arquipelágico e ultraperiférico) e determinante para caminharmos para uma economia circular e atingir, em última instância, o desenvolvimento sustentável das nossas ilhas”.

O CTB constitui-se como uma unidade industrial com carácter sustentável e ambientalmente adequada no domínio da gestão integrada de resíduos e tem os seguintes objetivos principais:

A recuperação da Fração Orgânica dos resíduos para a produção de Composto Orgânico, a partir quer de matéria orgânica recuperada dos Resíduos Sólidos Urbanos no Centro de Tratamento Mecânico, quer de resíduos orgânicos provenientes de recolha seletiva junto dos grandes produtores e porta-a-porta (que se irá instituir a breve prazo por toda a ilha de São Miguel);

A produção de material estruturante, a partir de resíduos de biomassa florestal;

A recuperação do biogás produzido, para produção de energia elétrica através do grupo moto gerador já existente no Ecoparque de São Miguel, a qual será injetada na Rede de Serviço Público.

O Centro terá uma capacidade nominal de tratamento de 12 mil toneladas por ano de material orgânico, sendo estimado no primeiro ano: 8 mil toneladas de matéria recuperada no Centro de Tratamento Mecânico e 4 mil toneladas de resíduos orgânicos provenientes de recolha seletiva.

A capacidade mássica diária instalada do CTB será igual ou superior a 44 toneladas/dia.